sexta-feira, 11 de maio de 2012

Prologo alternativo para o primeiro livro da trilogia de Estalinegrado - Segunda Parte

Nada digno de nota aconteceu. Passados alguns minutos, as secretárias voltaram para os seus postos desapontadas. Todas tentaram retomar o trabalho, umas de maneira mais séria que outras, mas nenhuma conseguiu ser produtiva devido à tensão do momento.
Klara tinha entrado na empresa há apenas alguns meses. Por ser a mais nova, e ao contrário das suas duas irmãs, ela pudera frequentar a escola e aprender a ler e a escrever. Ajudara a mãe nas tarefas domésticas até aos catorze anos e, mais tarde, trabalhara como ama em casas de famílias mais ricas, cuidando de crianças e efectuando limpezas. Conseguira aquele trabalho devido a um feliz acaso. Gustav passara pela secção onde o irmão dela trabalhava, de modo a ver como as coisas corriam. Ao cumprimentar o encarregado dessa secção da fábrica, perguntara-lhe por impulso se conhecia alguém que fosse de confiança e que pudesse exercer a função de secretária. O negócio estava a crescer e cada vez eram necessárias mais pessoas para manter a correspondência e os ficheiros internos actualizados e organizados. Nem o encarregado se conseguiu lembrar de alguém. Durante o momento seguinte em que tanto Gustav como o encarregado não sabiam o que dizer, o irmão de Klara aproveitou para interromper o silêncio, informando que tinha uma irmã de dezassete anos que sabia ler e escrever e que faria sem dúvida um bom trabalho. Gustav ficou positivamente impressionado com a capacidade de iniciativa do irmão dela e aceitou, sem hesitação, convidá-la para uma entrevista. Klara era uma pessoa organizada e metódica, por isso não teve qualquer problema em conseguir o trabalho, nem desempenhá-lo devidamente.
Quando finalmente conseguiram acalmar-se o suficiente para voltarem realmente ao trabalho, ouviram vozes no exterior. Olharam umas para as outras, novamente surpreendidas, sem saberem o que dizer ou fazer.
Não houve tempo para reagirem pois, no momento seguinte, a porta dianteira abriu-se e Adolf Hitler entrou na sala, seguido por mais dois homens vestidos com uma farda militar e numerosas insígnias nos casacos. De seguida, apareceu Gustav, com os seus papéis na mão e, por fim, dois agentes das SS vestidos de preto, com as suas braçadeiras vermelhas com a suástica preta sobre um fundo redondo branco. Todas permaneceram como estátuas nos seus lugares, umas sentadas em frente das suas máquinas de escrever, outras com papel e lápis na mão, que tinham agarrado há poucos momentos.
O silêncio não durou muito.
Mein Führer, estas são as minhas meninas. Tratam da correspondência, telefonemas, e tudo o que envolva papéis. ― Explicou Gustav, de modo a quebrar o silêncio.
Klara nunca tinha visto Hitler ao vivo. Conhecia a sua face através de fotografias que saíam nos jornais, e a sua voz forte e firme que por vezes ouvia no rádio. A sua baixa estatura saltou-lhe à vista, desapontando-a. Esperava que ele fosse um homem tão forte e tão imponente como as ideias que defendia. O cabelo preto estava penteado para o lado e usava um bigode semelhante ao de Gustav. Klara observou os seus olhos negros enquanto estes perscrutavam a sala. A face oval envergava uma expressão formal e séria, mas não demasiado severa. Era impossível saber o que pensava, nem se estava alegre ou triste, interessado ou aborrecido. Vestia o casaco dum uniforme militar verde-escuro do exército, com uma gravata e uma camisa branca por dentro e um cinto de cabedal preto por fora. As botas altas militares completavam a sua indumentária.
― Meninas, este é o nosso Führer. ― Apresentou-o Gustav.


Este prologo foi substituído por outro, já que não estava relacionado directamente com as personagens principais. Apenas o publico aqui num exercício de pesquisa e ambientação do resto do livro.

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